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Escrevivendo longe dos neologismos.

The Who?

Antes de qualquer coisa, eu não existo. Sério. Isso não se trata daquela frase comum que as pessoas soltam quando você faz uma coisa incrivel.. "Aaah, você não existe, sua linda!". É sério. Eu não existo. Sou de mentira, de brincadeirinha, fictícia, inanimada e reflexo de uma imaginação sórdida. E, ainda assim, sou mais gostosa que muita gente. Só que eu não existo. Então eu não tenho gosto, apesar de gostosa. Talvez eu nem seja tão gostosa assim, você nunca vai saber, eu não existo.
Repetições chatas de uma mente fraca e sonolenta. Tenho sono. Quero cama, colo, alcool e não acordar mais. Quero tudo, todos, muito e o pouco que cabe nessas minhas mãos gordinhas. Quero ele. Só ele. Ele e só. Ele só. Nós a sós, nos lençóis. Sem jogos de palavras. Apenas pernas e braços e beijos e laços e nós de nós mesmos, que nos perdemos em tanta sonoridade.
Mas antes de tudo, eu quero existir. Abre a porta, deixa eu entrar. Eu sei, eu vou limpar os pés no tapete. Pode deixar, não vou tocar na sua louça fina do casamento. Tudo bem. Tá certo. Okay. Chega de palhaçada, eu sei que você quer que eu invada você, a sua vida, a sua casa. Me deixa passar, me deixa ficar. Sofá bacana. Não não, não gosto de chá. Eu gosto mesmo é de existir. Não importa como, e sim aonde.
E, dessa vez, eu escolhi em você.